Publicado por: absesimbra | 26 de Setembro de 2019

Pregação introdução ao sermão do monte Mateus 5:1-2

Aqui hoje começamos uma série de pregações sobre o sermão do monte. Estas palavras de Jesus descritas por Mateus nos capítulos 5, 6 e 7 do seu evangelho, já muito têm sido alvo de ensinamentos, livros, palestras, tema de conferências, etc… é talvez dos textos mais estudados ou falados da Bíblia.

Mas é um manifesto extremamente importante de ser lido, estudado e praticado. De tudo o que Jesus disse, estas suas palavras são as que mais se apro­ximam de um manifesto, pois descrevem o que Ele desejava que os seus discípulos fossem e fizessem.

Ao ler e estudar as palavras de Jesus no monte, temos de compreender a essência da sua mensagem e aí tornar-se-á mais simples vivê-la. Isto porque tentar viver o que Jesus nos pede no sermão do monte é viver em constante “contra cultura”. Não pode jamais haver paz entre a nossa forma de viver e a forma de viver do mundo e conseguirmos chegar sequer perto do que Jesus nos pede como seus seguidores no sermão do monte. Tem de existir um constante desconforto nesta vida em que andamos inseridos num sistema de valores que vai contra os ideias e ensinamentos do nosso Salvador. Se não existe desconforto, e se por outro lado não existe um desejo interior, que se manifesta no exterior, de abraçar o Reino de Deus, de desejar ardentemente estar na presenla de Deus, não somos dignos sequer de tentar praticar aquilo que Jesus nos pede neste discurso.

Relembro o texto de Paulo escrito aos Romanos 12:2 de que a forma de experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus é o quê? Não nos conformarmos com este século, com este mundo, não aceitarmos os valores deste mundo, mas entrarmos em batalha direta com eles. É disto que este discurso de Jesus fala,

Não há um parágrafo no Sermão do Monte em que não se trace este contraste entre o padrão cristão e o não-cristão. É o tema subjacente e unificador do Sermão; tudo o mais é uma variação dele. Às vezes, Jesus contrasta os seus discípulos com os gentios ou com as nações pagãs. Assim, os pagãos amam-se e saúdam-se uns aos outros, mas os cristãos têm de amar os seus inimigos (5:44-47); os pagãos oram segundo um modelo, com “vãs repetições”, mas os cristãos devem orar com uma humilde reflexão de filhos do seu Pai no céu (6:7-13); os pagãos estão preocupados com as suas próprias necessidades materiais, mas os cristãos devem buscar primeiro o reino e a justiça de Deus (6:23, 33).

Em outros pontos, Jesus contrasta os seus discípulos, não com os gentios, mas com os judeus, ou seja, não com pessoas pagãs mas com pessoas religiosas; especificamente, com os “escribas e fariseus”. Ou seja não o sermão do monte não é somente um manifesto contra a cultura decaída deste mundo, mas também contra a religião podre que se deixou dominar pelos padrões deste mundo, pelos religiosos que vivem tão afastados de Deus como os próprios ateus.

Esta semana o papa Francisco afirmou algo que á primeira vista pode ser chocante, mas que eu pessoalmente concordo com ele e que se analisarmos bem faz todo o sentido.

O Papa Francisco afirmou nesta quarta-feira que é preferível viver como ateu do que ir todos os dias à igreja e passar a vida a odiar e a criticar os outros.

“Quantas vezes vemos o escândalo dessas pessoas que passam o dia na igreja, ou que lá vão todos os dias, e depois vivem a odiar ou a falar mal dos outros”,

O papa acrescentou que o melhor é nem ir à igreja: “Vive como um ateu. Se vais à igreja, então vive como filho, como irmão, dá um verdadeiro exemplo”, instou.

O Papa aludia ao evangelho de São Mateus, em que se referem os hipócritas que rezam “para ser vistos pelas pessoas”.

“Os pagãos acreditam que se reza a falar, a falar, a falar. Eu penso em muitos cristãos que acreditam que rezar é falar com Deus, salvo seja, como um papagaio. Não, rezar faz-se com o coração, a partir do interior”, defendeu.

O Sermão do Monte é o esboço mais com­pleto, em todo o Novo Testamento, da contracultura cristã. Eis aí um sistema de valores cristãos, um padrão ético, uma devoção religiosa, uma atitude para com o dinheiro, uma ambição, um estilo de vida e uma teia de relacionamentos: tudo completa­mente diferente do mundo que não é cristão. E esta contra­cultura cristã é a vida do reino de Deus, uma vida humana real­mente plena, mas vivida sob o governo divino.

Descreve o comportamento que Jesus esperava de cada um dos seus discípulos, que são também cidadãos do reino de Deus. Vemos como Jesus é em si mesmo, em seu coração, em suas motivações, em seus pensa­mentos, e também quando afastado, sozinho com o seu Pai. Vemo-lo na arena da vida pública, relacionando-se com o pró­ximo, exercendo misericórdia, patrocinando a paz, sendo perse­guido, agindo como sal, deixando a sua luz brilhar, amando e servindo os outros (até mesmo aos seus inimigos), e dedicando-se acima de tudo à expansão do reino de Deus e da sua justiça no mundo.

Agora será que os padrões do Sermão do monte estão ao alcence de todos? Será que pelas minhas próprias forças eu posso chegar a este padrão de vida cristã?

O que este sermão contém não pode ser imediatamente atingidos por todo o mundo, nem totalmente alcançados por qualquer um. Colocá-los além do alcance de qualquer pessoa é ignorar o propósito do Sermão de Cristo; colocá-los como sendo atingíveis por qualquer pessoa é ignorar a realidade do pecado e a batalha diária que este nos impõe.

Então mas será que Jesus pedia aos seus discípulos algo impossível de alcançar? Uma forma de viver utópica que somente é teórica mas na prática está longe de ser alcançada?

Estes padrões são atin­gíveis, mas só por aqueles que experimentaram o novo nasci­mento, condição esta que Jesus disse a Nicodemos ser indispen­sável para se ver e para se entrar no reino de Deus. Pois a justiça que Jesus descreve no Sermão é uma justiça interior. Embora se manifeste externa e visivelmente em palavras, em atos e em relacionamentos, continua a ser essencialmente uma justiça do coração. O que se pensa no coração, e onde o coração é colocado, isso é o que realmente importa.

E aqui também que jaz o pro­blema, pois os homens são “maus” por natureza. Pois é do seu coração que saem as coisas más e do seu coração que saiem as suas palavras, assim como é a árvore que estabelece os frutos que produzirá.

Portanto, só há uma solução: “Fazei a árvore boa, e o seu fruto será bom”. Um novo nascimento em Cristo é fundamental, diria até essencial. Só a crença na necessidade e na possibilidade de um novo nascimento pode evitar que leiamos o Sermão do Monte com um tolo otimismo ou um desespero total. Jesus proferiu o Sermão para aqueles que já eram seus discípulos e, portanto, também cidadãos do reino de Deus e filhos da família de Deus. O sermão não foi proferido para a multidão, mas para os discipulos. O alto padrão que Jesus estabeleceu só é apropriado para tais pessoas.

Por isso temos de aceitar a nossa condição de pecadores, e perceber que a nossa única solução é diante de Jesus confessar o nosso pecado que nos afasta de Deus, da Sua Santidade. Confessar de que o Seu sacrificio na cruz foi o necessário para a Justiça de Deus ser satisfeita e para alcançarmos paz com Deus. Confessar também que cremos que Deus aceitando o sacrificio de Jesus o ressuscitou dos mortos e Jesus vivo está.

É isto que significa a Ceia (explicar a CEIA e tomar).   (…) CEIA (…)

Depois de compreendermos e de aceitarmos esta verdade do Evangelho temos de viver a nossa vida em conformidade com o evangelho, ou seja como Jesus nos pede no sermão do monte.

Nenhum comentário po­deria ser mais prejudicial para o cristão do que as palavras: “Mas tu não és diferente das outras pessoas!”

O tema essencial de toda a Bíblia, desde o começo até ao fim, é que o propósito histórico de Deus é chamar um povo para si mesmo; que este povo se torne um povo “santo”, separado do mundo para lhe pertencer e obedecer; e que a sua vocação seja permanecer fiel à sua identidade, isto ê, ser “santo” ou “diferente” em todo o seu pensamento e em todo o seu comportamento. Tornam-se diferentes!

Jesus enfatizou que os seus verdadeiros discípulos, os cidadãos do reino de Deus, tinham de ser inteiramente diferentes. Não deveriam tomar como padrão de conduta as pessoas que os cercavam, mas sim Deus, e assim provar serem filhos genuínos do seu Pai celestial. Alguns estudiosos citam Mateus 6:8 como o texto-chave do Sermão do Monte: “Não vos asse­melheis, pois, a eles.”

Imediatamente nos faz lembrar a palavra de Deus a Israel, na antiguidade descrita para com o povo escolhido de Deus em Levítico 18:3  (LER) “Não fareis como eles.” É o mesmo convite para serem diferentes. E este tema foi desenvol­vido através de todo o Sermão do Monte. O caráter deles teria de ser completamente diferente daquele que era admirado pelo mundo. Deveriam brilhar como luzes nas trevas reinantes. A justiça deles teria de exceder à dos escribas e fariseus, tanto no comportamento ético quanto na devoção religiosa, enquanto que o seu amor deveria ser maior, e a sua ambição mais nobre do que a dos pagãos, aqueles que seguiam outros deuses falsos diante do ÚNICO DEUS VERDADEIRO.

Na próxima semana vamos entrar mais especificamente no sermão a partir do verso 3 do capítulo 5 até ao verso 12. Leiam em casa, ou seja, as bem aventuranças.

 

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