Estamos a terminar o estudo do sermão do monte, após 9 semanas a estudar Mateus 5 a 7 chegamos ao fim desta grande descrição que Jesus faz de como quer que sejam e vivam os seus discípulos. Vamos então ler a última secção de Mateus.
21«Nem todos aqueles que me dizem: “Senhor, Senhor!” entrarão no reino dos céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.
Vivência de vida cristã é algo prático e não teórico. Ou seja, fruto do Espírito é algo que tem de ser visto no nível comportamental e não da boca para fora. DIZER vs FAZER
Tiago 2:17 – “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Ver contexto)
22Quando aquele dia chegar, haverá muitos que me hão de dizer: “Senhor, Senhor, não profetizámos nós em teu nome? Não fizemos numerosos milagres em teu nome? Não chegámos a expulsar demónios em teu nome?”
Religião vs Santidade, Jesus apresenta aqui todos os dons exteriores, visíveis, aqueles dons que são tão fáceis de manipular e dar a entender ao outro que somos muito espirituais ou então muito hipócritas.
Um relacionamento com Deus tem de ser de dentro para fora, não se trata de mostrar aos outros o quanto somos espirituais, mas sim de Deus saber a saúde da nossa vida espiritual, porque é fácil enganar os outros, mas a Deus ninguém engana.
23Eu então hei de declarar-lhes: “Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, seus malfeitores!”»
A vida cristã é uma busca constante de conhecermos Deus e ser conhecido por Deus. Mas mais importante que conhecermos Deus é sermos conhecidos de Deus, é Deus poder olhar para nós e dizer “Conheço-te!” Somente aí poderemos ter parte com Ele no Seu lar.
24«Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática pode comparar-se ao homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha.
Existe aqui uma tensão entre o ouvir e o praticar aquilo que entendemos ser claro na vontade de Deus. Mais uma vez Jesus foca a prática de obediência a Deus.
João 14:15 “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” Guardar significa obedecer Salmo 119:11 “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”
Jesus dá uma ilustração acerca de obediência a Deus. (Vamos LER)
25Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Mas ela não caiu, porque os seus alicerces estavam assentes na rocha.
Aquele que obedece a Deus é comparado a um homem sábio, inteligente, sensato, que firma a sua vida em alicerces fortes.
Casa – Vida
Rocha – Cristo (I Coríntios 10:4)
Chuvas, cheias e ventos – Dificuldades da vida
Ser discípulo de Cristo não significa que não existem dificuldades na vida, mas que quando as enfrentarmos estamos em paz porque sabemos que Deus que é Soberano cuida de nós.
26Porém, aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática pode comparar-se ao homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.
27Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou arruinada.»
Aquele que diante das dificuldades da vida confia mais na sua própria força e esperteza, mais cedo ou mais tarde, nem que seja somente diante de Deus depois de morrer, vai ficar arruinado.
Vou ler uma citação de um livro que estou a estudar sobre o sermão do monte que diz o seguinte:
“Enquanto os dois prosseguiam com a sua construção, um observador casual não poderia perceber qualquer diferença entre as duas casas, pois a única diferença estava nos alicerces, e estes não podiam ser vistos. Só depois que uma tempestade se desencadeou sobre as duas casas com grande ferocidade: “chuva no telhado, rio nos alicerces, vento nas paredes”,[1] foi revelada a diferença fatal e fundamental. A casa edificada sobre a rocha resistiu à tormenta, enquanto que a casa sobre a areia ficou irreparavelmente arruinada.
Da mesma maneira, os cristãos professos (os genuínos e os espúrios) freqüentemente se parecem. Não podemos facilmente distinguir qual é qual. Ambos parecem estar edificando vidas cristãs. Jesus não está fazendo uma comparação entre cristãos e não-cristãos que não fizeram nenhuma profissão de fé. Pelo contrário, o que é comum aos dois edificadores espirituais é que eles ouvem estas minhas palavras. Portanto, os dois são membros da comunidade cristã visível. Ambos lêem a Bíblia, vão à igreja, ouvem os sermões e compram literatura cristã. O motivo por que tão freqüentemente não podemos diferençar um do outro é que os alicerces de suas vidas estão ocultos aos nossos olhos. A verdadeira pergunta não é se ouvem os ensinamentos de Cristo (nem mesmo se os respeitam ou crêem neles), mas se fazem o que ouvem. Apenas uma tempestade revelará a verdade. Às vezes, uma tempestade de crises ou calamidades revela que tipo de pessoa somos, pois “a verdadeira piedade não se distingue totalmente de sua imitação até que venham as provações”.[2] Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”
A verdade sobre a qual Jesus está insistindo nestes dois parágrafos finais do Sermão é que nem um conhecimento intelectual dele, nem uma profissão de fé verbal, embora ambos sejam essenciais em si mesmos, podem substituir a obediência.
O obediência ao Senhor toma aqui uma proporção fundamental na nossa vida diária como discípulos de Cristo.
28Quando Jesus acabou de pronunciar estas palavras, a multidão estava admirada com os seus ensinamentos. 29É que ele ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da lei.
Jesus ensinava como quem tem autoridade porque Ele praticava o que pregava. Jesus várias vezes está na situação e decide em termos práticos como Ele pede para os seus discípulos fazerem. Não se trata de um mestre falso em que afirma “Faz o que eu te digo, não faças o que eu faço”, Jesus é coerente e Ele não nos pede nada que Ele não tenha feito e acima das nossas forças para fazer. Por isso os ensinamentos de Jesus têm autoridade. Por outro lado, os doutores da lei ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam, eram falsos profetas. E nós? Praticamos aquilo que professamos?
Nós que, atualmente, declaramos ser cristãos, fizemos uma profissão de fé em Jesus, particularmente na conversão e publicamente no batismo. Damos a impressão de honrar a Jesus, chamando-o de “o Senhor” ou “nosso Senhor”. Recitamos o credo na igreja e cantamos expressivos hinos de devoção a Cristo. Até exercemos uma variedade de ministérios em seu nome. Mas ele não fica impressionado com nossas palavras piedosas e ortodoxas. Ele continua pedindo evidências de nossa sinceridade em boas obras de obediência.
[1] Bruce, p. 135.
[2] Calvino, p. 370
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