Publicado por: absesimbra | 23 de Dezembro de 2019

Estudo pormenorizado de Mateus 7:21-29

Estamos a terminar o estudo do sermão do monte, após 9 semanas a estudar Mateus 5 a 7 chegamos ao fim desta grande descrição que Jesus faz de como quer que sejam e vivam os seus discípulos. Vamos então ler a última secção de Mateus.

 

21«Nem todos aqueles que me dizem: “Senhor, Senhor!” entrarão no reino dos céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.

Vivência de vida cristã é algo prático e não teórico. Ou seja, fruto do Espírito é algo que tem de ser visto no nível comportamental e não da boca para fora.  DIZER vs FAZER

Tiago 2:17 – “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Ver contexto)

 

22Quando aquele dia chegar, haverá muitos que me hão de dizer: “Senhor, Senhor, não profetizámos nós em teu nome? Não fizemos numerosos milagres em teu nome? Não chegámos a expulsar demónios em teu nome?”

Religião vs Santidade, Jesus apresenta aqui todos os dons exteriores, visíveis, aqueles dons que são tão fáceis de manipular e dar a entender ao outro que somos muito espirituais ou então muito hipócritas.

Um relacionamento com Deus tem de ser de dentro para fora, não se trata de mostrar aos outros o quanto somos espirituais, mas sim de Deus saber a saúde da nossa vida espiritual, porque é fácil enganar os outros, mas a Deus ninguém engana.

 

23Eu então hei de declarar-lhes: “Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, seus malfeitores!”»

A vida cristã é uma busca constante de conhecermos Deus e ser conhecido por Deus. Mas mais importante que conhecermos Deus é sermos conhecidos de Deus, é Deus poder olhar para nós e dizer “Conheço-te!” Somente aí poderemos ter parte com Ele no Seu lar.

 

24«Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática pode comparar-se ao homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha.

Existe aqui uma tensão entre o ouvir e o praticar aquilo que entendemos ser claro na vontade de Deus. Mais uma vez Jesus foca a prática de obediência a Deus.

João 14:15 “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” Guardar significa obedecer Salmo 119:11 “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”

Jesus dá uma ilustração acerca de obediência a Deus. (Vamos LER)

 

25Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Mas ela não caiu, porque os seus alicerces estavam assentes na rocha.

Aquele que obedece a Deus é comparado a um homem sábio, inteligente, sensato, que firma a sua vida em alicerces fortes.

Casa – Vida

Rocha – Cristo (I Coríntios 10:4)

Chuvas, cheias e ventos – Dificuldades da vida

Ser discípulo de Cristo não significa que não existem dificuldades na vida, mas que quando as enfrentarmos estamos em paz porque sabemos que Deus que é Soberano cuida de nós.

 

26Porém, aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática pode comparar-se ao homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.

27Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou arruinada.»

Aquele que diante das dificuldades da vida confia mais na sua própria força e esperteza, mais cedo ou mais tarde, nem que seja somente diante de Deus depois de morrer, vai ficar arruinado.

Vou ler uma citação de um livro que estou a estudar sobre o sermão do monte que diz o seguinte:

 

“Enquanto os dois prosseguiam com a sua constru­ção, um observador casual não poderia perceber qualquer dife­rença entre as duas casas, pois a única diferença estava nos ali­cerces, e estes não podiam ser vistos. Só depois que uma tempes­tade se desencadeou sobre as duas casas com grande ferocidade: “chuva no telhado, rio nos alicerces, vento nas paredes”,[1] foi re­velada a diferença fatal e fundamental. A casa edificada sobre a rocha resistiu à tormenta, enquanto que a casa sobre a areia ficou irreparavelmente arruinada.

Da mesma maneira, os cristãos professos (os genuínos e os espúrios) freqüentemente se parecem. Não podemos facilmente distinguir qual é qual. Ambos parecem estar edificando vidas cristãs. Jesus não está fazendo uma comparação entre cristãos e não-cristãos que não fizeram nenhuma profissão de fé. Pelo con­trário, o que é comum aos dois edificadores espirituais é que eles ouvem estas minhas palavras. Portanto, os dois são membros da comunidade cristã visível. Ambos lêem a Bíblia, vão à igreja, ouvem os sermões e compram literatura cristã. O motivo por que tão freqüentemente não podemos diferençar um do outro é que os alicerces de suas vidas estão ocultos aos nossos olhos. A verda­deira pergunta não é se ouvem os ensinamentos de Cristo (nem mesmo se os respeitam ou crêem neles), mas se fazem o que ouvem. Apenas uma tempestade revelará a verdade. Às vezes, uma tempestade de crises ou calamidades revela que tipo de pessoa somos, pois “a verdadeira piedade não se distingue total­mente de sua imitação até que venham as provações”.[2] Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”

 

A verdade sobre a qual Jesus está insistindo nestes dois pará­grafos finais do Sermão é que nem um conhecimento intelectual dele, nem uma profissão de fé verbal, embora ambos sejam essenciais em si mesmos, podem substituir a obediência.

O obediência ao Senhor toma aqui uma proporção fundamental na nossa vida diária como discípulos de Cristo.

28Quando Jesus acabou de pronunciar estas palavras, a multidão estava admirada com os seus ensinamentos. 29É que ele ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da lei.

 

Jesus ensinava como quem tem autoridade porque Ele praticava o que pregava. Jesus várias vezes está na situação e decide em termos práticos como Ele pede para os seus discípulos fazerem. Não se trata de um mestre falso em que afirma “Faz o que eu te digo, não faças o que eu faço”, Jesus é coerente e Ele não nos pede nada que Ele não tenha feito e acima das nossas forças para fazer. Por isso os ensinamentos de Jesus têm autoridade. Por outro lado, os doutores da lei ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam, eram falsos profetas. E nós? Praticamos aquilo que professamos?

 

Nós que, atualmente, declaramos ser cristãos, fizemos uma profissão de fé em Jesus, particularmente na conversão e publi­camente no batismo. Damos a impressão de honrar a Jesus, cha­mando-o de “o Senhor” ou “nosso Senhor”. Recitamos o credo na igreja e cantamos expressivos hinos de devoção a Cristo. Até exercemos uma variedade de ministérios em seu nome. Mas ele não fica impressionado com nossas palavras piedosas e orto­doxas. Ele continua pedindo evidências de nossa sinceridade em boas obras de obediência.

 

[1] Bruce, p. 135.

[2] Calvino, p. 370

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