Publicado por: absesimbra | 25 de Dezembro de 2019

Pregação “Suportar as adversidades”

Na semana que passou no contexto do culto de partilha do EDIFOR, ouvimos, inspirados pela vida de Job e pelo discurso do seu amigo Eliú descrito nos últimos capítulos do livro de Job, que o sofrimento é algo que acontece nas nossas vidas como um aspeto da Graça Divina para nos fazer crescer na vida cristã. Sofrimento não é fruto de uma causa-efeito. Apesar de a percebermos que pelo nosso pecado podemos sofrer consequências das nossas decisões, não significa que se fizermos tudo bem que não iremos sofrer.

Basta olhar para algumas passagens bíblicas que nos mostram a experiência de heróis da fé que foram mortos, serrados ao meio por amor a Cristo. Hebreus 11 um texto Bíblico que muitas vezes é chamado de “Galeria dos heróis da Fé”, vemos exemplos de homens e mulheres que sofreram por amor ao reino de Deus. Se abrirmos as nossas bíblias em Hebreus 12:1-11 (LER) temos aqui nesta passagem a descrição do exemplo a seguir, Jesus, que também sofreu, e aquilo que é um dos objetivos do sofrimento, que é crescimento.

Se lermos I Reis 19:1-18 (LER) vemos um outro homem de Deus, profeta do Deus Altíssimo que outrora fez coisas impressionantes com o poder de Deus, tais como, por exemplo, orar e durante 3 anos e 6 meses não chover, orar e chover fogo do céu, entre outros milagres, estava a passar por um sofrimento de morte, por causa da perseguição que estava a ser alvo. E Deus o restaurou. E pegando também naquilo que ouvimos no culto passado ainda no contexto da partilha do EDIFOR, vejam no versículo 11 a 13, a forma como Deus falou se assemelha muito mais ao silêncio, à calmaria, do que ao barulho e tempestade. Como o que foi partilhado, que Deus fala no silêncio e Deus falou a Elias pela calmaria, tranquilidade e suavidade.

Já que estamos a nos aproximar do natal e normalmente o Natal é sinónimo de Noite de paz, noite de amor, tranquilidade, tempo em família, prendas, harmonia, etc.… quero também dar um cunho natalício a esta pregação.

Mas se analisarmos bem os primeiros capítulos de Mateus verificamos que o nascimento de Jesus, no fundo o que se celebra no Natal, foi um pouco atribulado, principalmente para Maria, José e para o próprio menino Jesus.

Se nós abrirmos as nossas bíblias no princípio do Evangelho de Mateus verificamos que na vida da família de Jesus acontecem algumas contrariedades, no ato de obedecer a Deus.

Mateus 1:18-19

  • Maria encontra-se grávida sem ter coabitado;
  • José deixa Maria porque não sabe da história toda;
    • Vejam esta citação de um trabalho realizado por Jane Glasman uma estudiosa da cultura judaica: “A lei moral judaica exigia completa abstinência sexual dos solteiros de ambos os sexos. Assim que os meninos e meninas se tornavam conscientes de sua sexualidade, eram treinados no exercício do controle de suas paixões; A prática do adultério na antiga sociedade judaica era encarada com horror e apreensão. Moisés, os Profetas e os Sábios Talmúdicos nela viam uma ameaça à integridade moral do indivíduo e à preservação de Israel como uma “nação sagrada”. A proibição taxativa do sétimo mandamento do Decálogo: “Não cometerás adultério” era reforçada pela advertência do décimo: “Não cobiçarás a mulher do próximo.”

Não tendo José coabitado por ainda não estarem casados, isso colocava a hipótese do adultério como sendo a única possibilidade de possíveis causas para aquela gravidez. Imaginem a pressão que Maria estaria a viver, isto porque ela estava consciente das consequências diretas da suspeita de adultério com uma gravidez consumada. Seria o abandono por parte do noivo e nunca mais nenhum homem quereria casar com ela. Com isso vinha a pobreza material porque naquele tempo a mulher dependia totalmente do sustento do marido. Para não falar da desonra que isso trazia à família da mulher e com isso vinha também o abandono por parte da família da “adúltera”. Mas no fim sabemos que Deus moveu o coração de José para este aceitar Maria como sua esposa e aceitar o filho que crescia no seu ventre.

Mateus 2:13

Depois de passarem o que passaram com uma gravidez miraculosa, tinham também o rei Herodes que pretendia matar Jesus por se sentir ameaçado pelo novo Rei dos Judeus, uma vez que era Herodes o atual rei. Quem era Herodes? E porque Maria e José se deram ao trabalho de fugir de burro para o Egipto com um recém-nascido nos braços para não falar das condições adversas desse caminho é maioritariamente?

Fuga para o Egipto:

  • Para não ser morto, Jesus, talvez com um ano e seis meses de idade, foi levado pelos pais para o Egito. A viagem foi longa, a maior que os três fizeram, entre tantas. A distância, de Belém à fronteira com o Egito, pelo deserto, era de, pelo menos, 120 km, dependendo da cidade em que ficaram. A viagem deve ter demorado entre 10 e 20 dias, se não pararam por algum tempo em alguma cidade do caminho. Lembre-se que eles viajavam de Burro. E o caminho era maioritariamente deserto.

Mas vejamos como Herodes é descrito num artigo que li sobre a sua biografia:

  • “Descrito como “um louco que assassinou sua própria família e inúmeros rabinos”, Herodes é conhecido por seus colossais projetos de construção em Jerusalém e outras partes do mundo antigo, em especial a reconstrução que patrocinou do Segundo Templo, naquela cidade, por vezes chamado de Templo de Herodes. Alguns detalhes de sua biografia são conhecidos pelas obras do historiador romano-judaico Flávio Josefo. O relato de Mateus é consistente com a personalidade de Herodes, que foi relatado como sendo impiedoso na defesa de seu poder e notório por sua brutalidade.”
  • Irritado e inseguro, temendo alguma ameaça ao seu governo, Herodes I (ou Herodes o Grande) mandou matar todas as crianças de Belém, com menos de dois anos de idade, levando o luto a, pelo menos, sete famílias. Por essa época, Herodes tinha 71 anos de idade. A chacina pôs fim à vida de várias crianças, com o seu número podendo ser fixado entre 7 e 20, todas menores de dois anos de idade. Sua decisão pode soar exagerada, mas estava coerente com a sua biografia. Com a conivência do Império, ele tinha mandado executar uma de suas esposas (Mariamne), três filhos (Aristóbulo IV, Alexandre e Antipater III) e um de seus irmãos.

Mateus 2:16-17

  • Morte dos bebés por causa de Jesus:
    • Pressão social (do povo daquela vila);
    • Mandou matar todas as crianças de Belém, com menos de dois anos de idade, levando o luto a, pelo menos, sete famílias. A chacina pôs fim à vida de várias crianças, com o seu número podendo ser fixado entre 7 e 20, todas menores de dois anos de idade.

Ou seja, este episódio do natal está envolto também em algumas circunstâncias bem complicadas para a família de Jesus. Mas como deve ser a nossa atitude diante das adversidades?

O Apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses 4:12-13 ele resume de uma forma direta aquilo que eu gostaria que fosse a conclusão desta meditação que tivemos aqui, que realmente esta possa também ser a nossa postura perante as adversidades da vida.

“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.”

Filipenses 4:12-13

Sempre que passar por uma adversidade, lembre-se de que Deus está no controle e de que Ele cuida de si, e todas as coisas contribuem para o seu crescimento em Cristo Jesus.

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