Pregação “O Rei Josafá e o Corona Vírus” 15 março 2020
A Bíblia é sem dúvida um conjunto de histórias reais, de personagens reais, que nos ajudam a viver cada dia da nossa vida na busca de ser cada vez mais como Cristo. Toda a Bíblia motiva-nos a levar Cristo ao lugar de destaque no nosso coração e vida.
Vivemos tempos de incerteza, hoje século 21, o mundo está a ser assolado por uma epidemia que está a fugir ao controle das entidades competentes.
Mas o que será que a Bíblia, escrita há tanto tempo atrás, nos poderá dizer acerca desta circunstância que agora vivemos?
Ao pensar sobre o tema “Corona Vírus” e ao ler vários artigos de opinião sobre este assunto, deparei-me com um artigo escrito por um pastor norte-americano que tem o seu ministério na China, ou seja é missionário, no epicentro do vírus, a cidade de Wuhang.
E ele, no seu artigo leva-nos a uma reflexão acerca de uma circunstância que um dos reis de Judá (explicar que o reino estava dividido, que nos primeiros 3 reis, Saúl, David e Salomão o reino estava unificado, mas depois de Salomão o reino dividiu-se entre reino do Norte – Israel, e reino do Sul – Judá). De seu nome Josafá enfrentou. O autor do artigo leva-nos a refletir acerca da postura deste rei face a uma situação idêntica, pelo menos no controle que temos sobre a circunstância, à que vivemos hoje.
Vamos ler II Crónicas 20:1-22 (parar se necessário na leitura do texto Bíblico, para explicar aspetos difíceis do texto.)
A oração feita pelo rei Josafá no verso 12 é exatamente a oração que podemos e devemos fazer neste momento.
“Não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti”.
É verdade que o rei Josafá provavelmente já estaria num estado de desespero, que nós ainda não nos encontramos, mas penso que num ápice, poderemos enfrentar algo semelhante. Por isso decidi falar sobre este assunto.
Os olhos ansiosos do mundo estão nesta crise de saúde global. Empresas e governos temem pelo decréscimo do consumo e por consequência da economia. Algumas escolas, já fecharam, e a corrida aos mecanismos de defesa está a aumentar. Algumas fronteiras começam a fechar-se e algumas companhias aéreas suspenderam os voos para alguns países mais infetados, como Itália, China, Coreia do Sul, entre outros.
A Nossa oração só pode ser esta “Não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti Senhor”.
Esta experiência do rei Josafá e de todo o povo de Judá é extremamente atual.
Olhando o contexto, o exército perigoso dos amonitas estava a aproximar-se de Judá. Mas é interessante ver que a fé de Josafá abrangia não só a vitória militar, mas ele confiava no em qualquer desastre que pudesse vir!
Ora vejamos no verso 9: “Se algum mal nos sobrevier, espada por castigo, peste ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti, pois o teu nome está nesta casa; e clamaremos a ti na nossa angústia, e tu nos ouvirás e livrarás.” (2 Cr 20:9)
E aqui começa a fazer-se o paralelo com os nossos dias… Peste – ou Vírus. Josafá tinha uma disposição de confiança no Senhor, independentemente do perigo. Mesmo diante de peste ou praga, fome ou guerra, ele clamava a Deus.
E, nos dias que vivemos, desta atual ameaça de pandemia, precisamos aprender a fazer o mesmo. Confiar no Senhor!
O autor apresenta cinco aspetos, da confiança de Josafá em Deus, que nos podem ajudar hoje.
- Confie em Deus com seus medos
“Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor” (2Cr 20:3). Ele não era o super-homem; ele era uma pessoa normal como eu e como tu. O passo inicial de quem confia na ajuda de Deus – naqueles dias ou nos nossos – deve ser admitir a nossa fraqueza.
Pode ser um bom remédio agora chegar diante de Deus e dizer-lhe honestamente em que estado você está. Será que está assustado? Frustrado? Faminto? Solitário? Ferido? Exausto?
O objetivo de expormos a nossa dor não é apontar o dedo para acusar Deus e queixarmo-nos colocando a culpa daquilo que passamos Nele; mas o de sermos sinceros, confiando nele, mesmo nas nossas preocupações mais profundas. Josafá escolhe confiar no Senhor, e nós somos chamados a fazê-lo. A confiança é sempre uma escolha. E é isso que teremos que fazer repetidamente. Todos os dias vamos ser desafiados a confiar mais em nós mesmos, nas nossas soluções, recursos e inteligência, pois aquilo que Deus quer é que confiemos Nele. E podem existir circunstâncias que Deus nos permita viver em que cheguemos a um ponto em que não sabemos mais o que fazer e aí só nos resta confiar em Deus. Deus permite isso para que aprendamos mesmo a confiar Nele.
- Incentive os outros a confiar em Deus
Depois de Josafá buscar Deus, ele proclama um jejum nacional: “…e apregoou jejum em todo o Judá. Judá se congregou para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao SENHOR.” (2Cr 20.3:4).
O rei sabe de onde vem a verdadeira ajuda e leva outros a irem até lá em busca de esperança.
Quando todos, ao nosso redor, estão sem esperança e a enlouquecer e a ter medo, devemos nos lembrar uns aos outros que servimos um Deus amoroso, misericordioso e soberano, que não pode ser atingido pela peste ou pelo vírus (Salmo 91, pedir para alguém ler em voz alta).
Ao levarmos nossas ansiedades ao Senhor em oração, podemos experimentar uma paz que ultrapassa o entendimento humano (Filipenses 4:6-7). E, quando experimentamos essa paz, a esperança contra cultural – e muitas vezes contraintuitiva – que temos em Cristo, é revelada (1 Pedro 3:15). Afinal, a nossa fé é pessoal, mas não é privada. As pessoas à nossa volta vão reparar na forma como reagimos a circunstâncias desta natureza.
- Clame a Deus
Josafá oferece um modelo de oração nos versículos 5-12. Ele apela ao caráter de Deus, ás suas promessas e suas ações no passado. A oração então culmina: “Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti”.
Talvez o irmão se sinta assim à luz dos seus problemas e agora do Coronavírus. Talvez você se sinta impotente diante dos seus problemas. Talvez a sua ansiedade aumente porque as situações fogem do seu controlo. Nesse caso, junte-se a Josafá ao declarar que está desamparado, mas que a sua esperança está fixa no Deus Todo-Poderoso.
Quantas das nossas orações deveriam terminar com uma frase como essa? Esta deve ser a postura do cristão. Apelar ao caráter de Deus, confessar a nossa incapacidade e colocar os nossos olhos no Senhor.
- Lembre-se da salvação de Deus
Na narrativa de 2 Crônicas, Deus responde enviando um profeta para lembrar a Judá que a batalha não lhes pertence; isso pertence a Deus (20.15). Eles nem precisam de lutar; eles podem simplesmente sentar-se e assistir à salvação que o Senhor traz em favor deles (20.17)!
Esta história é um pequeno exemplo, de uma batalha espiritual maior, para todos em todas as épocas. Temos um problema de morte sobre o qual não podemos fazer nada por nossa conta própria (embora tentemos!).
Temos que confiar noutro, porque essa batalha não é para nós lutarmos. Ao confiarmos naquele que pode lutar no nosso nome, somos convidados a sentar e a assistir à salvação do nosso Senhor Jesus Cristo na cruz do calvário.
Podemos vir a sofrer consequência do Coronavírus. Nós e as nossas famílias podem ou não ser poupadas desta epidemia. Mas ainda assim olhamos para a salvação de Deus. Não porque Deus necessariamente prove seu amor por nós protegendo-nos de doenças, mas porque Ele já demonstrou o seu amor ao enviar Cristo para morrer por nós enquanto ainda éramos pecadores, para que quem nele crê não morra, mas tenha a vida eterna. (Romanos 5:8; João 3:16).
Oramos para que esse vírus seja erradicado e para que os nossos permaneçam saudáveis, mas Deus é sempre bom, independentemente do que as próximas semanas trouxerem. Usamos se necessário for, máscara ao ar livre e lavamos as mãos com frequência, mas a nossa esperança não pode nem deve estar firmada nesses esforços.
Desejamos uma vida longa para nós e para a nossa família, mas também sabemos que o objetivo da vida não é escapar da morte física. O objetivo é estar preparado para quando a morte física for inevitável e possamos dar glória a Deus.
- Adoração
Josafá confiou e guiou outros a confiarem em Deus.
Mas o que acontece no final é absolutamente fantástico, Josafá adora a Deus. Em 2 Crônicas 20:21, ainda antes da vitória, o rei leva o povo a louvar: “Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados.” (2Cr 20:22).
Se confiamos que Deus é bom, e se sabemos que podemos confiar nele, podemos adorá-lo mesmo no meio do sofrimento. Podemos louvá-lo, mesmo sob a ameaça de perigo. Nós o glorificamos mesmo quando os vírus se espalham.
Deus não disse a Josafá para ele adorar. Ele não foi instruído por Deus a convocar um culto. Adorar não é uma estratégia para fazer Deus agir; é uma resposta porque sabemos que Ele agiu e continuará a agir. É desta maneira que devemos procurar o Senhor.
Os judeus saem no dia seguinte e a ameaça já não existia. Não estou a afirmar que Deus milagrosamente vai resolver todos os nossos problemas se começarmos a adorar. Mas estou a dizer que o nosso maior problema – o problema da descrença – irá resolver-se, se começarmos a adorar a Deus. Quem louva um Deus em quem não crê?
Diante dos problemas, sejam eles relacionados com o Corona vírus ou outros, nós como cristãos devemos ter uma confiança inabalável no Senhor, mesmo quando não sabemos o que o futuro nos reserva.
- Tenha um tempo de oração a adorar a Deus;
- Ore também para que Deus proteja a sua saúde e a saúde das pessoas da igreja;
- Entregue todos os seus problemas a Deus e tenha uma vida plena de esperança.
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