Publicado por: absesimbra | 24 de Janeiro de 2017

Pregação 22 Janeiro 2017 Introdução Habacuque

Continuamos o estudo do livro do profeta menor Habacuque. A semana passada estudámos o contexto histórico em que Habacuque se insere e vimos mais que isso, estudámos um panorama do antigo testamento quase todo.

Agora vamos entrar mais em pormenor no livro em estudo. O livro de Habacuque terá sido escrito mais ou menos por volta do ano 650 a 600 a.C. … não existem certezas, mas pensa-se que foi por esta data. Sabe-se porém que Habacuque escreve a sua profecia no pré-exílio babilónico e tem se a certeza histórica que o início desse acontecimento histórico acontece entre o ano 609 e 598 a.C.

Então se abrirmos as nossas bíblias em II Reis 24:10 a 25:7 temos aí descrito o início do cativeiro do povo de Israel. Explicar um pouco o texto.

O nome Habacuque significa “Abraçado”. Habacuque é contemporâneo de Jeremias. Ou seja tanto Habacuque como Jeremias foram mensageiros de Deus para que o povo de Israel mudasse a sua postura e deixasse de ser rebelde para com Deus.

Como vimos a semana passada a maior parte dos reis faziam o que era mau perante o Senhor. Aliás em cerca 40 reis no conjunto dos dois reinos (Israel e Judá) apenas 7 a bíblia afirma que “fizeram o que era bom ou recto perante o Senhor”.

Então desde que Israel se tornou uma monarquia com Saúl até ao cativeiro, verificamos Deus a ser paciente com Israel e a enviar aproximadamente 38 profetas para avisar o povo a mudar o rumo e a voltar-se para o Senhor.

Podemos aqui estudar um dos atributos de Deus: LER Êxodo 34:6-7 e Naum 1:3. Mas Deus não é injusto… com Deus não se brinca… LER Gálatas 6:7.

E por isso veio o Cativeiro Babilónico.

Analisando o livro de Habacuque poderá dizer-se que o livro tem esta divisão possível:

  • Capítulo 1 fala de uma sentença da parte de Deus, mas difícil de ser aceite;
  • O capítulo 2 fala de uma revelação gloriosa de Deus,
  • E o capítulo 3 fala de um cântico de adoração da parte de Habacuque a esse Deus glorioso.

O Capítulo 3 tem um estilo literário diferente dos outros capítulos porque é escrito em formato de Salmo, mas todo o livro é visto como um diálogo entre Deus e o profeta Habacuque.

Habacuque começa a reclamar pelo pecado de Judá e pergunta a Deus até quando Deus toleraria esse pecado. Deus responde que levantaria os caldeus (que aqui são sinónimo de Babilónicos) como instrumento do castigo sobre Judá. O profeta reage com mais preocupação pois aparentemente Deus estaria a espalhar mais injustiça. Mas Deus responde ao profeta que os próprios babilónicos seriam punidos também por causa da sua soberba, enquanto, que o Justo (aquele que segue Deus) viveria pela fé.

Deus completa essa revelação trazendo cinco palavras de maldição sobre os soberbos, demonstrando a Sua Glória sobre as nações. Deus domina sobre todas as coisas e Ele no seu poder vai trazer juízo sobre os soberbos. Já em Tiago 4:6 afirma: “Deus resiste aos soberbos porém dá graça aos humildes.” Soberba define-se como orgulho ou superioridade.

A última reação de Habacuque é de louvor cantado expressando espanto diante de um Deus tão grandioso, mas também descanso em fazer parte do povo Dele.

Habacuque é um pouco diferente dos restantes profetas, porque ele ao invés de repreender o povo das suas más ações, Ele confronta Deus acerca da injustiça que se vivia naquele tempo, quase que cobrando de Deus a Sua falta de ação perante tanta coisa má que o povo estava a fazer.

Como que o profeta encarnasse algumas das nossas crises mais profundas quanto ao sofrimento ao nosso redor. Por vezes temos vontade de perguntar a Deus o porquê de Ele permitir que os maus desta terra prevalecem e o porquê de Ele permitir tanto sofrimento nesta terra. Habacuque pergunta a Deus certas coisas que nós como crentes gostaríamos de perguntar. Porém a resposta de Deus cria no profeta uma transformação que o leva a confiar em Deus de uma forma inabalável. Habacuque termina o seu livro expressando essa confiança com palavras que estão entre as mais queridas e madas de todo o antigo testamento. Que depois vamos ver quais são. No fundo é “O triunfo da fé. Lidando com o problema do mal.” (Mostrar o livro que estou a ler).

O livro de Habacuque e a relação que este tinha com Deus têm de nos levar a uma intimidade com Deus mas sempre respeitando aquele que é o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. Podemos dialogar com Deus e fazer-lhe perguntas demonstrando incompreensão acerca por exemplo à semelhança de Habacuque, porquê Deus permite tanta desobediência e sofrimento, mas logo temos de cair em nós e percebermos quem Deus é e que posto isto só nos resta adorá-Lo. De que Ele é Soberano e Todo-Poderoso e não precisa de nada nem ninguém para existir… Ele é o criador logo não tem de dar satisfações a nada nem ninguém.

Habacuque demonstra ter verdadeira intimidade com Deus. Ele pode ter uma conversa de filho para Pai, com Deus, mas sempre tendo por base o temor ao Senhor, e o temor conduz ao respeito. LER Salmo 25:14

Como se encontra a nossa intimidade com Deus? Para cultivarmos uma intimidade com Deus temos de passar tempo com Ele, orando, e meditando na Sua Palavra. Moldando a nossa vida à Sua vontade. Faço novamente a pergunta como se encontra a nossa intimidade com Deus? Duvidamos da Sua existência, perante a prevalência do mal nesta terra? Duvidamos das Suas intenções quando vemos que esse mesmo mal prevalece muitas das vezes perante o mal?

Quantos de nós já não quisemos tirar satisfações de Deus quando morre uma criancinha ao invés de um ladrão? Quando os corruptos prosperam, mas os honestos saiem prejudicados? Quando pessoas boas ficam mal, mas os maus safam-se? Todos nós já tivemos crises destas…

Mas se pararmos para pensar a quem é que Deus tem de dar satisfações? A nós? Somos nós seus chefes, para Ele ter que justificar o Seu agir? Será o nosso conceito de justiça melhor ou mais apurado que o de Deus? Estas perguntas têm de nos fazer pensar.

No livro de Habacuque vamos estudar também a providência de Deus (a sua Soberania e o facto de Ele dominar todos os aspetos da história e tudo contribuir para a implementação da sua vontade e Glória. Tal controle deve despertar em nós não um sentimento de incomodo ou indignação, mas sim o sentimento que provocou em Habacuque, louvor a Deus e deve tornar a nossa vida de oração consciente a quem estamos a orar. Não oramos porque a oração tem poder em si mesma, mas porque o Deus que atende as orações é poderoso.

Até quando Senhor? Essa pergunta que Habacuque faz a Deus, em tom de incompreensão e revolta… LER Habacuque 1:1-4 (Muito semelhante ao que se passa nos dias de hoje).

É o que vamos estudar no próximo culto que estudarmos o livro que será daqui a 15 dias pois para a semana teremos batismos.

 

 

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